segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Ensaios do Exílio - "O vento varria tudo"...


Ah, minha querida vozinha, não podia deixar de lhe encontrar, apesar de jamais ter estado contigo em qualquer dia nove de agosto que fosse... Apesar de ter querido muito, mas muito ter estado presente nessas datas. Ainda assim, sei que para ti estive presente em todos esses momentos, assim como nos menos onzes de agosto que se passaram enquanto estivesses conosco.
O que posso dizer, hoje e nos dias onze que virão, é que um dos maiores presentes da minha vida foi podido ser seu neto, mesmo que tão distante, o que jamais me fez esquecer das oportunidades em que estivemos juntos... Cantando aquelas músicas antigas (inclusive "camisa listrada"), rindo das graças alheias, quando a senhora dizia: "é louco", quando a senhora juntava as mãos e soltava aquelas suas famosíssimas notas sobre alguém ou quando chegava alguém indesejável, se limitava a responder o famoso chavão: "pois é" e de quando assistíamos os bonecos na televisão, todos os dias, à tarde, e me dizia: "horrível" (imagine agora que tem um boneco chamado Feitosa)... Mas, impossível esquecer do "deus que lhe dê boa sorte"...
Mas, como disse o poema, "o vento varria tudo, e a minha vida ficava cada vez mais cheia de tudo".... Principalmente de saudades e lembranças... Apesar de não estares mais conosco é como se estivesses em todos os lugares... Sempre...