terça-feira, 6 de julho de 2010

Cartas ao mundo - Money for nothing

"O grito" - também de Munch


Hoje me deu vontade de falar de economia misturado com rock and roll, pois o peso do assunto é igual a batida do rítimo; mas, para não atrapalhar estas divagações monetárias, escolhi a musica "Money", de autoria de controvertida figura, Mr. Roger Waters, letrista maior do Pink Floyd, uma das minhas bandas de rock preferida. A escolha não foi por qualquer razão, mas, principalmente, por ser uma música legitimamente inglesa, pais que integra a "zona euro".

Alusões a parte a outra banda, Dire Straits, que nos embalou por diversas vezes nas discotecas juvenis com o clássico "Money for nothing", cuja letra em nada tem haver com o texto que inicio, salvo pela sábia expressão de que dinheiro não vale nada!

Antes de adentrar ao mérito, quero fazer referência ao fim do século passado (como parece longe); em especial, as grandes crises econômicas que todos os países sofreram desde 1998, período em que passei a observar com maior atenção aos jornais especializados, escritos ou televisados, como Valor Econômico, (finada) Gazeta Mercantil e Conta-corrente (net), através de onde escutei, por inúmeras vezes termos como déficit, corrida aos bancos, liquidação e, principalmente, risco sistêmico (nunca consegui entender o que era, sei que era para prejudicar o sistema financeiro).

Nestes dois anos, as grandes notícias versam sobre a fraude milionária no sistema bancário americano, o desemprego, desvalorização de moedas e combate ao déficit público... Como se constata, são notícias requentadas desde sempre, oriundas de sistemas de controle econômico efetivos e rigorosos, inclusive no âmbito criminal, posição defendida por mim na monografia acadêmica que tratava do projeto de lei n° 4.376/93, que reformou a lei de falências, onde me posicionei com firmeza em relação ao extremo rigor que se deveria ter em relação ao devedor fraudulento.

Adam Smith deve estar se remexendo em seu túmulo, pois a sua teoria de auto-regulação dos mercados tem grandes falhas, só sendo possível considera-la se todos os integrantes do mercado fossem pessoas sem qualquer interesse de lucro selvagem.

Da mesma forma, Roberto Campos também deve estar assim! Os mercados devem ter liberdade vigiada!

O que é fato, é que os países de Comunidade Européia estão baixando pacotes com medidas, muitas impopulares, para melhorarem suas contas, o que deverá, a princípio, implicar na alteração desses programas de salvamento, como foi o PROER, que, no interesse de evitar o risco sistemico no sistema financeiro nacional e considerado modelo entre os economistas, pelo que temos que não haverá a mão do estado para salvar mais os gestores ineficientes ou fraudulentos.

Ai, fica-se a pergunta: por que estes países não endureceram antes? Precisava esperar tanto? A cruel realidade hoje é a de desemprego assustador e estados à beira da bancarrota.

É assim mesmo, política é política em todo canto; por isso, acho desnecessário mais comentários sobre estas razões.

Agora, todos viram que é necessário deter as rédeas do mercado, medida contrária o pensamento do "lassez faire", mesmo que o controle estatal seja realizado de forma secundária, através das famosas agências (cuja finalidade é discutível) , bem como através de penalidades rigorosas aos operadores descompromissada de muitos operadores, fato este que nos Eua implicou na criação da "SOX" - Lei Sarbannes-Oxley e na prisão de Bernard Maddof e que não evitou a crise do "sub-prime", hipotecas de risco, cuja dolorosa lição ainda é aprendida pelos americanos.

Em nosso país, em que pese sermos referência na gestão dos mercados, ainda falta muita coisa, principalmente no que tange a regulação e penalização dos operadores, e, ainda, não há interesse da administração em agir, à curto prazo, com medidas neste sentido.

Aliado nefastamente a isso, ainda temos uma política de estado que precisa rever seus gastos, para evitar um tsunami financeiro nas contas públicas, mantendo assim a nova posição do FMI, de quem hoje somos credores e que suas medidas amargas não sejam mais implementadas aqui novamente.
Acho que apenas está faltando um dispositivo que permita ao estado tomar o controle destas empresas cuja saúde financeira não seja boa, antes de sua quebra, conforme entendimento do princípio constitucional da função social da propriedade, para que todos nós tenhamos que pagar a conta, e os especuladores possam viver felizes para sempre com os recursos do tesouro.
Talvez as gerações mais novas não conheçam o que seja "overnight", dólar a R$ 4,00, "gatilho", e por isso, não estejam muito preocupados com isso! Fica a provocação!
Viva o consumo responsável, poupança e os mercados regulados!
Depois de provocados, fiquem com este grande sucesso do rock mundial, que integra o disco mais vendido na inglaterra desde seu lançamento, o famosíssimo "the dark side of the moon", ao som do Pink Floyd, para que todos possam refletir sobre a matéria

Money - Roger Waters

Money, get away.
Get a good job with more pay and you're okay.
Money, it's a gas.
Grab that cash with both hands and make a stash.
New car, caviar, four star daydream,
Think I'll buy me a football team.
Money, get back.
I'm all right Jack keep your hands off of my stack.
Money, it's a hit.
Don't give me that do goody good bullshit.
I'm in the high-fidelity first class travelling set
And I think I need a Lear jet.
Money, it's a crime.
Share it fairly but don't take a slice of my pie.
Money, so they say
Is the root of all evil today.
But if you ask for a raise it's no surprise that they're
giving none away.
"HuHuh! I was in the right!"
"Yes, absolutely in the right!"
"I certainly was in the right!"
"You was definitely in the right. That geezer was cruising for abruising!"
"Yeah!"
"Why does anyone do anything?"
"I don't know, I was really drunk at the time!"
"I was just telling him, he couldn't get into number 2. He was asking
why he wasn't coming up on freely, after I was yelling and
screaming and telling him why he wasn't coming up on freely.
It came as a heavy blow, but we sorted the matter out"