sábado, 3 de julho de 2010

Ensaios do Exílio Interior - Do tempo, dos sonhos e outras coisas...

"A dança da vida" - Edward Munch

"(...) E a nossa atuação nisso tudo? Nisso tudo não, no circo da vida. Obrigam a gente a entrar na jaula do leão, dar saltos mortais, aplaudir o palhaço, ser o palhaço, e tudo isso sem repouso, mudando sempre de lugares(...) Maximiano Campos, in "as feras mortas".
De início, quero dividir com vocês, meus caros amigos, obras de autores de minha preferência; O primeiro, Edward Munch, pintor australiano, bastante atuante nos penúltimo e último século, autor de uma das obras mais conhecidas no mundo, chamada "o grito", quadro que gostaria que estivesse em minha sala de leitura no futuro; O segundo, Maximiano Campos, escritor pernambucano, que aprendi a admirar na minha adolescência por seus contos, que eram retratos do que também entendia ser o mundo, quase sempre mostrando o ideal existencialista e, principalmente, mostrando o poder do sonho, "esta fera liberta", o que gosto de ter, sempre que me é possível.
Meus caros, não tenho muito o que falar por hora, mas...
Hoje acordei-me com mais de 30 anos, com um rebanho de sonhos para a vida e ouvindo sempre vozes de que, sonhar é coisa de quem é "burro", pois um advogado ou professor que o faz, assim o é! Em que pese todo o bem querer que tenho a pessoa que me proferiu estas palavras, discordo de seu pensamento. A vida é muito dura, cheia de sofrimentos e ausente de freqüentes alegrias, pois somos obrigados a agir como no fragmento a que fiz referência.
E viver assim "não é brinquedo não!"...
Bem-aventurados os que sonham, pois, por alguns momentos, podem fazer unir pessoas distantes, mudar realidades e ter alguma felicidade no meio do turbilhão de infortúnios que a vida vive colocando em nossos caminhos...
Só assim posso me ver dormir com a cabeça no colo das minhas avó e bisavó, que me faziam dormir, de rever situações do passado que me deram uma alegria inesquecível, de me ver naquelas férias maravilhosas que vivo a planejar, de estar dançando ao som do velho Charles Aznavour, de estar conversando com Fernando Pessoa, Albert Camus e o próprio Maximiano numa mesa de bar... É, também, uma forma de "matar" as saudades, fazendo "próximos os distantes" de nós, sejam vivos ou mortos...
De fazer com que a ausência seja uma palavra esquecida... Por isso, sonhar não pode ser entendido como perda de tempo...
Por isso, meus amigos, aproveitem este dia insoso que é o domingo e sonhem-se na "dança da vida", usufruindo o que ela tem de melhor!
Mas não esqueçam de viver! A vida continua...
bom domingo e boa semana!