quarta-feira, 28 de julho de 2010

Vladmir Maiakoviski - tu e comumente é assim

Meus amigos,

Tive a oportunidade de reler, nesta semana, um dos meus velhos livros de poesia; este, de autoria do poeta russo Vladmir Maiakoviski. Maiakovisk foi um "poeta de resistência" conta o regime leninista que inicialmente apoiou, mas que desiludiu-se com seus rumos, o que teria lhe levado a desistir da vida em 1936 (apesar de algumas referências informarem que este teria sido eliminado pelo regime).
A essência política é característica marcante de sua obra, mas também escrevera sobre o velho tema, textos pouco difundidos, mas de uma beleza singular por sua construção e que certamente serão do agrado de todos.
Um ótimo dia!
TU
Entraste.
A sério, olhaste
a estatura,
o bramido
e simplesmente adivinhaste:
uma criança.
Tomaste,
arrancaste-me o coração
e simplesmente foste com ele jogar
como uma menina com sua bola.
E todas,
como se vissem um milagre,
senhoras e senhorias exclamaram:
- A esse amá-lo?
Se se atira em cima,
derruba a gente!
Ela, com certeza, é domadora!
Por certo, saiu duma jaula!
E eu júbilo esqueci o julgo.
Louco de alegria
saltava
como em casamento de índio,
tão leve, tão bem me sentia.
COMUMENTE É ASSIM
Cada um ao nascer
traz sua dose de amor,
mas os empregos,
o dinheiro,
tudo isso, nos resseca o solo do coração.
Sobre o coração levamos o corpo,
sobre o corpo a camisa,
mas isto é pouco.
Alguém imbecilmente inventou os punhos
e sobre os peitos
fez correr o amido de engomar.
Quando velhos se arrependem.
A mulher se pinta.
O homem faz ginástica pelo sistema Muller.
Mas é tarde.
A pele enche-se de rugas.
O amor floresce,
floresce,
e depois desfolha.