segunda-feira, 20 de julho de 2009

Dia Cultural

Bom dia!

Ontem, dia do amigo, tive a oportunidade de conversar com meu querido amigo João, e, após uns dedos de prosa, relembramos alguns assuntos antigos... Dentre eles, o que se refere a uma carta que mandei para ele em 1997, onde eu revelava estar apaixonado por uma amiga nossa. Lida a minha carta, este me respondeu enviando, inclusive, uma foto dela que havia sido tirada por ele em nossos encontros. Meu caro irmão, eu ainda guardo essa carta, sem a foto, pois joguei-a fora há tempos, mas depois de tanto tempo, com a maturidade de alguém 12 anos mais velho, posso lhe dizer que errei porque não segui, naquela ocasião, o que disse Fernando Pessoa no poema “Cartas de Amor”.

Pessoa é um dos autores de minha cabeceira, com seu imenso “o eu profundo e os outros eus”. Apesar de ser uma obra que abarca uma grande quantidade de poemas, faltou ao editor incluir o da carta, que, depois do episódio, me fez refletir e me utilizar desta forma para me fazer expressar os sentimentos.

Por isso, em homenagem ao querido autor, e, principalmente em relação à referência feita, que fora acompanhada da promessa de que jamais deixaria de fazê-las, deixo-o com vocês, para que sempre as escrevam!

Carpe diem! Vita brevis est! (Não é Bárbara? Aprendi contigo!).

CARTAS DE AMOR - Fernando Pessoa

Todas as cartas de amor são ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem ridículas.
Também escrevi, no meu tempo,
cartas de amor como as outras,ridículas.
As cartas de amor,
se há amor, têm de ser ridículas .
Quem me dera o tempo,
em que eu escrevia sem dar por isso,
cartas de amor, ridículas.
Afinal, só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são ridículas...